quarta-feira, 26 de novembro de 2014

MEDIUNIDADE PSÍQUICA E MEDIUNIDADE ESPIRITUAL

Mediunidade Psíquica e Mediunidade Espiritual

O Espírito é algo que se destacou do Todo e, como conseqüência, se individualizou, se tornou uma “Individualidade”. O Indivíduo-Espírito pela própria natureza, apresenta características, tendências, pre­ferências e objetivos que são somente seus, que o destacam de outros Indivíduos-Espíritos. Para encarnar, isto é, para percorrer por certo tempo este Planeta, seguir a estrada que o levará, num futuro talvez remoto, à desindividualização, isto é, à sua reintegração no Todo, ele é obrigado a se adaptar ao corpo físico, cujas manifestações se fazem pelo processo sensorial de estímulo-resposta, cha­mado Alma. Esse conjunto Corpo-Alma forma a Per­sonalidade. Personalidade significa a aparência física, a cons­tituição do corpo, as tendências, a educação recebida, ou seja, “aquilo” que foi feito ou se fez no mundo físico, no Planeta, para a manifestação do Indivíduo-Espírito. Essa é a Lei da Terra, a Lei Crística, em seu as­pecto peculiar da encarnação. Ao se submeter a esse processo, o Espírito aceita completamente o fato de que terá que se manifestar, exercer a sua programa­ção, caminhar para seus objetivos, dentro dessas con­dições difíceis. A formação da Personalidade já é meio caminho andado na realização Cármica. Por mais que faça, o Homem dificilmente pode modificar sua personali­dade, a não ser em termos de mudança de comporta­mento. Essa mudança entretanto, a não ser que seja feita em consonância com os objetivos do seu Espí­rito, será angustiosa, transitória ou auto-aniquilante. O conhecimento e a utilização da Força Mediúnica devem ser paralelos ao reconhecimento da existência do Espírito Transcendental, do próprio Espírito, sob pena dela ser apenas a exteriorização da Personali­dade. Em resumo, o desenvolvimento da Mediunidade apenas fenomênico, sem um objetivo Crístico, res­salta as qualidades ou defeitos do Médium e o torna apenas intermediário entre ele e o mundo que o cerca. Pode ainda acontecer dele, na sua cegueira personalística, ser intermediário de Forças Horizon­tais, não criativas e às vezes até destrutivas. Nesse caso ele se torna um Médium apenas psí­quico, isto é, ele dá vazão a conceitos, idéias e con­selhos de sua própria lavra ou de Espíritos do Plano Terreno, ou seja, formas e valores não criativos, ape­nas transformistas. Esse fato simples e objetivo é que separa o joio do trigo, o que é Crístico e o que apenas não é. É fácil de se saber quando isso acontece, bastando seguir-se a regra evangélica de que a “árvore se conhece pelos frutos”… A Mediunidade desenvolvida paralelamente ao esclarecimento doutrinário, apresenta um quadro to­talmente diferente. O Médium começa por apreender as emanações e os anseios transcendentais de seu próprio Espírito e, graças a isso, ele se harmoniza com sua linha Cármica. Ele muda as perspectivas, a visão da vida e muda seu comportamento por um pro­cesso íntimo de plena convicção. Ele passa a ver o Mundo com maior descortínio, se torna mais abran­gente e com isso sua vida se equilibra. Ele passa a ser uma pessoa que irradia simpatia e interesse pelo seu próximo. A partir daí se torna possível seguir a Lei do Per­dão, do Amor, da Tolerância e da Humildade. Nessas condições isso é feito sem constrangimento, sem que a pessoa tenha que se violentar, sem provocar ten­sões internas, geralmente causadoras de revolta. Nessa linha de sintonia com seu Espírito trans­cendente ele atrai para si as emanações dos Espíri­tos Superiores, de seus Guias, seus Mentores, e passa a ser porta-voz desses Espíritos. Esse é o Médium Espiritualizado, o Médium através do qual vem a cura, o alívio e a esperança dos que são atendidos por ele. Temos assim uma idéia clara do que seja a Me­diunidade puramente Psíquica e a Mediunidade Espi­ritual. Entretanto é preciso saber que o Ser Humano não é estático, sempre o mesmo. Ele varia a cada momento e seus estados se alternam conforme as in­fluências a que é submetido. Como conseqüência, sua Mediunidade pode variar e se apresentar ora de uma forma, ora de outra. Por isso é que a prática da Mediunidade deve ser feita no âmbito de um conjunto doutrinário, com re­gras ritualísticas e a vigilância dos Mentores. Em nossa Corrente, para melhor garantir a autenticidade, todo trabalho mediúnico é feito pela unidade dupla Apará – Doutrinador. Só o Doutrinador tem as con­dições necessárias para discernir as manifestações e saber quando as coisas vêm do Médium ou dos Guias, qual a dosagem de Psiquismo existente no tra­balho e até que ponto esse Psiquismo não prejudica o trabalho. Afinal ninguém é perfeito e qualquer um pode cometer erros. O importante é tirar o melhor partido de cada situação e fazer com que o Médium ajude a si mesmo, enquanto ele está ajudando o seu próximo. Só uma atitude de Amor e paciência pode conduzir o fenômeno mediúnico para resultados posi­tivos a todos que dele participam. Para isso é preciso haver uma atitude desassombrada e de compreensão, de que somos todos Espíritos a caminho e que o Ser Humano dificilmente mistifica deliberadamente.

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